segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

CIRCUITO BANCO DO BRASIL: Despedida de Alison e Emanuel em final contra Jorge e Pedro Solberg

Será dado neste DOMINGO (08.12) o ponto final de uma das histórias mais bem escritas no vôlei de praia brasileiro e mundial. Nas areias de São José (SC), Alison e Emanuel encerrarão uma parceria de sucesso, e com chance de despedida com chave de ouro. A dupla medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Londres/2012 fará a final da quinta etapa Open do Circuito Banco do Brasil 2013/2014 contra Jorge/Pedro Solberg (PB/RJ), parceria formada para jogar apenas este torneio.
O multicampeão Emanuel já passou por esse momento algumas vezes, numa carreira de mais de 20 anos. Por isso, ainda consegue manter a serenidade às vésperas de um jogo tão importante e marcante nessa sua trajetória. Já Alison, apesar de mostrar força para vencer mais esse obstáculo, deixa escapar um ar de saudosismo pelos quatro anos vitoriosos que viveu ao lado do maior vencedor de todos os tempos na modalidade. Mas garante que nada disso o atrapalhará na decisão.
“Estou muito tranquilo. Já passei por esse momento de separação várias vezes e sei bem dosar a emoção. Mas tudo o que a gente fez junto é o que vai ficar, o que é muito mais prazeroso numa hora como essa. Não temos que entrar em quadra pensando na despedida. Vamos, sim, em busca de mais um título para coroar nossa parceria. E esse jogo será como um ponto final de luxo. Ou, quem sabe, apenas um ponto de interrogação, já que podemos até voltar a jogar juntos pela seleção”, disse Emanuel.
“É claro que passará muita coisa pela minha cabeça nesse domingo. Graças a Deus, só coisas positivas, já que formamos uma dupla que deu muitos frutos. Acabo sendo repetitivo, até porque vivemos esse momento desde que anunciamos o fim da parceria, mas não tenho como não agradecer tudo que o Manu fez por mim. Sabemos da pedreira que teremos pela frente na final, mas seria muito legal poder nos despedir um do outro com mais um título”, desabafou o Mamute.
Neste SÁBADO (07.12), Alison completou 28 anos e foi presenteado com um bolo surpresa na área VIP da arena, logo após a vitória nas quartas de final sobre Álvaro Filho/Edson Filipe (PB/ES). À noite, a confirmação da vaga na decisão ao bater Gilmário/João Paulo (PB/CE) com um novo 2 a 0, parciais de 21/18 e 21/17. Aliás, uma campanha impecável até o momento em São José (SC), sem perder um set sequer.
Jorge/Pedro Solberg derruba Ricardo/Márcio na semifinal
Só que Alison e Emanuel irão encarar a dupla sensação em São José (SC), que se formou há pouco tempo apenas para jogar esta etapa. Praticamente irmãos, por terem morado juntos por cinco anos no Rio, na casa da família Salgado, o paraibano Jorge e o carioca Pedro Solberg chegaram invictos à decisão. Na semifinal, desbancaram os medalhistas olímpicos Ricardo e Márcio (BA/CE) no tie break, com parciais de 21/15, 15/21 e 15/12. Não à toa os dois vibraram muito após a partida.
“Tenho um respeito e uma admiração muito grandes pela família do Pedro, que me acolheu quando me mudei para fazer faculdade no Rio. A Isabel que viu potencial em mim e me fez voltar a jogar na praia. No início da carreira do Pedro, ela até chegou a me convidar para jogar com ele, mas eu vivia um grande momento com o Guto e não podia desfazer minha dupla. Agora, depois de mais de 20 anos, esse momento chegou, mesmo que por uma etapa. Estou muito feliz”, declarou Jorge, de 37 anos.
O veterano jogador chegou a se emocionar quando comentou que teve que vencer um momento difícil este ano, após se separar da esposa, um relacionamento de 15 anos. E disse que poder viver uma etapa tão especial como essa, ao lado daquele que considera um irmão mais novo, faz com que suas forças se renovem.
“Reencontrei no vôlei de praia uma saída para voltar a me reerguer. Só mesmo com muita dedicação, perseverança, humildade e foco. É um mix para ser, de novo, competitivo. E o Pedro apareceu como uma RBR pra mim. Apesar do pouco treino, conseguimos fazer um bom papel e estamos na final”, finalizou Jorge, que se chamou de coringa por estar, no momento, sem um parceiro fixo para disputar o restante da temporada.

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