domingo, 20 de outubro de 2013

CIRCUITO BANCO DO BRASIL: Festa em família na etapa do Rio coroa filhos de Isabel

Um dia inesquecível para a família da ex-jogadora Isabel, que, na manhã deste DOMINGO (20.10), viu seus três filhos serem campeões dentro de casa. No feminino, Maria Clara e Carol venceram a etapa do Rio de Janeiro do Circuito Banco do Brasil Open pela primeira vez. Entre os homens, Pedro Solberg e o “irmão postiço” Bruno Schmidt conquistaram o bicampeonato nas areias cariocas.
A festa em família começou com o título inédito de Maria Clara e Carol. Uma conquista que elas já perseguiam há algum tempo. Por duas vezes, o grito de campeão na terra natal ficou entalado na garganta. Em 2010, em Búzios (RJ), elas perderam a decisão para Juliana e Larissa. Na temporada passada, já na capital, acabaram derrotadas por Lili e Rebecca. Desta vez, elas fariam mesmo de tudo para que a chance não escapasse.
E comprovaram isso já no primeiro set da decisão contra Talita e Taiana (AL/CE). Depois de estarem perdendo por cinco pontos (8/3), empataram em 16/16 e fecharam em 21/19. A virada fez muito bem à dupla, que passou a mandar na partida. No segundo set, com apoio de grande parte da torcida, que lotou a arena montada na Praia do Leme, elas passearam e venceram por 21/10. Carol foi eleita a melhor da final.
“Estou feliz demais, é muito especial vencer no Rio. Já tínhamos batido na trave duas vezes e não poderíamos deixar escapar de novo. Queria aproveitar para parabenizar a Talita e a Taiana, que vivem um momento incrível, e também a torcida. Se não fosse ela, teria sido muito mais difícil, com certeza. Foi o nosso combustível”, vibrou Carol, que, pela primeira vez, levou ao pódio o filho José, de pouco mais de um ano.
A mãe e técnica Isabel era a imagem da alegria. Também, pudera. Da emoção de dirigir as filhas, já seguia para a arquibancada minutos depois para torcer pelo filho. Antes mesmo de saber qual seria o resultado da decisão no masculino, vibrava pelo bom momento de Maria Clara e Carol, coroado com o título no Rio.
“Ganhar é sempre muito bom. No Rio, então... Claro que tem um sabor especial. Nosso laço com a cidade é muito forte. Elas cresceram nas praias do Rio, o berço do vôlei de praia brasileiro. No início, carregaram aquele peso extra, desnecessário, de serem apontadas como ‘as filhas da Isabel’. Mas faz parte do jogo. Estão aí há algum tempo mostrando que têm qualidade. E, nessa final, venceram um timaço, o que valoriza ainda mais esse título”, declarou Isabel.
Maria Clara, a fillha mais velha, era outra que parecia não acreditar que o dia tão esperado, finalmente, chegou. E ela fez questão de ressaltar um outro fato que valoriza ainda mais essa conquista. Na véspera, praticamente 14 horas antes, ela e Carol tinham acabado de fazer uma semifinal das mais desgastantes, contra Ágatha e Bárbara Seixas, com um segundo set de arrepiar que durou 39 minutos e terminou em 36/34.
“Fui dormir praticamente às 3h30 da manhã. E ainda teve o horário de verão. Estávamos bem desgastadas, mas não podíamos deixar esse cansaço nos vencer. Além da nossa concentração, o que nos alimentou foi a força da torcida, essa energia que vinha do lado de fora. Jogar no Rio é maravilhoso, indescritível. Felicidade é pouco para dizer como me sinto”, afirmou Maria Clara.
História praticamente se repete com o irmão Pedro e o parceiro Bruno
Na decisão seguinte, um duelo de gigantes, entre os atuais campeões brasileiros e a dupla que conquistou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Londres/2012. Só que, no histórico desse confronto, uma enorme vantagem de Bruno Schmidt e Pedro Solberg, que, em cinco jogos, jamais haviam perdido para Alison e Emanuel. E entraram em quadra para tentar manter esse tabu.
Assim como na partida das irmãs, Pedro, ao lado de Bruno, se viu em desvantagem no placar no primeiro set, mas, no fim, também fechou em 21/19. Coincidentemente, como na final anterior, o jogo ficou mais aberto e tendendo para um lado. Pedro e Bruno, mostrando o voleibol que os credencia como vice-líderes do ranking mundial, venceram o segundo set por 21/14 e fizeram a festa, assim como no domingo passado, quando sagraram-se campeões do Grand Slam de São Paulo do Circuito Mundial.
“A gente vem de uma batida forte desde o ano passado. Mas era entrar para ganhar, com muita superação, como aconteceu em São Paulo. E ainda foi um momento diferente pra mim, que pude vencer em família dentro da minha casa. É uma felicidade dupla. Fico até mais feliz pelas minhas irmãs, que já buscavam esse título há algum tempo”, disse Pedro, que venceu no Rio pelo terceiro ano seguido.
Na noite deste domingo, Pedro/Bruno, Maria Clara/Carol e as demais duplas das seleções brasileiras embarcam para Xiamen, na China, que receberá o 10º e último Grand Slam do ano do Circuito Mundial. Mais uma semana, portanto, de suma importância para Pedro e Bruno, que estão a 250 pontos dos letões Janis Smedins e Samoilovs, que lideram o ranking.
“No masculino, somos o time com chances de conquistar esse título da temporada para o Brasil. Vencer em São Paulo e, agora, no Rio mostra o nosso comprometimento no dia a dia, pensando torneio a torneio. Vamos levar essas duas conquistas para a China como motivação para tentar tirar a diferença para os letões. Estamos sempre dispostos a superar todas as dificuldades”, disse Bruno Schmidt, que ainda afirmou que sempre teve o sonho de fazer uma final no Rio contra o campeão olímpico Emanuel.
Na disputa pelo terceiro lugar, as atuais campeãs brasileiras, Ágatha e Bárbara Seixas (PR/RJ), venceram Lili e Rebecca (ES/CE) por 2 a 0, parciais de 21/14 e 21/18, e completaram o pódio, repetindo o resultado conquistado na etapa passada, em Vitória (ES). Já no masculino, Moisés/Gilmário (BA/PB) derrotou os medalhistas olímpicos Ricardo e Márcio (BA/CE) por 2 a 0, com um duplo 21/16, e garantiu o terceiro lugar.

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