CIRCUITO MUNDIAL: Brasil larga bem no feminino. E tem dupla à espera de Walsh
Assim como os homens, as meninas do Brasil também deram o seu recado nesta QUARTA-FEIRA (09.10), na abertura da fase de grupos do Grand Slam de São Paulo do Circuito Mundial. Num total de dez jogos, sendo dois para cada dupla, sete vitórias. Ágatha e Maria Elisa, uma das que se mantêm invictas, farão nesta QUINTA-FEIRA (10.10) uma das partidas mais aguardadas da etapa, contra a americana tricampeã olímpica Kerri Walsh e sua parceira April Ross.
Walsh reaparece no Circuito após se recuperar de uma lesão no abdômen. Após os Jogos Olímpicos de Londres/2012, ela se afastou das areias para dar à luz o seu terceiro filho. Voltou a jogar no Grand Slam de Gstaad, na Suíça, há três meses, quando, na sua estreia com Ross, foi eliminada nas oitavas de final justamente por Ágatha e Maria Elisa. Curada da lesão, jogou algumas etapas do circuito profissional americano (AVP) e, enfim, reaparece no Brasil, onde foi campeã mundial em 2003, no Rio de Janeiro.
“Estamos bem preparadas para enfrentá-las novamente. Mas será um jogo diferente, pois a Walsh já vem mais treinada, tendo jogado alguns torneios. E ela está voltando a ser aquela jogadora. Mas é uma parceria nova e ainda estão se descobrindo. Como ganhamos delas no último encontro, alguns até nos apontam como favoritas. Nosso time tem excelentes condições de vencê-las, mas não podemos esquecer que, apesar de não serem um bicho de sete cabeças, são duas medalhistas olímpicas”, analisou Maria Elisa.
O respeito, ainda mais num momento como esse, é recíproco. Segundo Maria Elisa, a dupla americana entrará mordida, mas por uma condição que não só ela como todas as parcerias brasileiras vêm conquistando na temporada. As quatro principais equipes do técnico Marcos Miranda na seleção brasileira estão entre as sete melhores do ranking mundial, com Talita/Taiana no topo. Ágatha também fala sobre o reencontro com Walsh.
“Depois de duas boas e importantes vitórias nesta quarta, vamos encarar a Walsh e a April. Um jogo que não tem nada a ver com aquele na Suíça, onde elas jogaram o primeiro torneio juntas. Além disso, a Walsh, que passou a jogar na saída, parece já estar recuperada da lesão. Mas não tem essa de entrar em quadra pensando que enfrentaremos uma atleta tricampeã olímpica. É claro que o respeito existe, mas o do lado de lá também deve ser muito maior depois da nossa vitória”, disse Ágatha.
Pelo Grupo P, Ágatha e Maria Elisa estrearam com vitória sobre as holandesas Van der Vlist e Braakman: 2 a 1, parciais de 22/20, 19/21 e 15/9. À tarde, derrotaram a dupla do Cazaquistão, formada por Mashkova e Tsimbalova, por 2 a 0 (21/19 e 21/11). O jogo contra Walsh e Ross nesta quinta-feira, às 11h20, vale a liderança da chave e a vaga automática para as oitavas de final. Segundo e terceiro colocados de cada grupo ainda precisam passar por uma segunda fase eliminatória.
Talita e Taiana, líderes do ranking, também mantêm os 100%
Já as atuais líderes do ranking mundial, Talita e Taiana, que conquistaram cinco das oito etapas Grand Slam até o momento, largaram bem em São Paulo. Na estreia pelo Grupo J, derrotaram com tranquilidade as francesas Adelin e Longuet por 2 a 0, parciais de 21/14 e 21/12. No jogo seguinte, vitória sobre Bawden/Clancy, da Austrália, com um novo 2 a 0 (21/17 e 21/16). Nesta quinta, encerram a fase de grupos contra as eslovacas Dubovcova e Nestarcova.
“Estamos superconcentradas. Entramos em cada jogo buscando todas as bolas. O pensamento tem que ser sempre de não deixá-la cair, mesmo se estivermos vencendo por dez pontos de diferença. Esse é o espírito do nosso time. A gente se cobra muito para nos mantermos alertas. Vamos ver se a gente vence, agora, as eslovacas para garantirmos logo a classificação”, disse Taiana.
Pelo Grupo K, Maria Clara e Carol também fizeram bonito, fechando o dia como uma das três duplas do Brasil ainda invictas. Na primeira partida, passearam diante das japonesas Take e Mizoe: 2 a 0, com parciais de 21/15 e 21/8. À tarde, um jogo mais complicado, contra as americanas Emily Day e Summer Ross. Após vencerem com facilidade o primeiro set por 21/9, perderam o segundo por 23/21, mas se garantiram no tie break com um 15/10. Nesta quinta, jogo contra Fendrick/Hochevar (EUA).
“No primeiro dia de qualquer torneio, sempre entro com tudo para sentir o clima da competição. Sabíamos das dificuldades que iríamos encontrar, mas deu tudo certo. Teremos outro jogo duro, contra outra dupla americana, mas nos conhecemos bem. O mais legal é estar muito motivada e me sentindo bem aqui em São Paulo”, disse Carol, que, ao lado da irmã, vem de um título no Grand Slam de Moscou.
Já Lili e Bárbara Seixas tiveram uma manhã ensolarada e uma tarde fria, acompanhando o clima na capital paulista nesta quarta. Na estreia, venceram com sobras as colombianas Andrea e Gorda por 2 a 0, parciais de 21/11 e 21/15. Na partida seguinte, porém, acabaram superadas pelas russas Ukolova e Prokopeva num jogo bem equilibrado, decidido apenas no tie break: 2 a 1 (21/16, 16/21 e 15/13). Mas ainda podem garantir o primeiro lugar do Grupo L. Nesta quinta, encaram as tchecas Kolocova e Slukova.
“Contra as russas, sabíamos que seria um jogo em que levaria a melhor a equipe que errasse menos. Elas sacaram muito bem e nós acabamos errando demais. Mas as derrotas sempre trazem um aprendizado. Amanhã, vamos nos concentrar melhor para seguirmos na competição. Precisamos fazer um bom jogo e pontuar bem, porque ainda podemos terminar na liderança da chave”, comentou Bárbara Seixas.
Quem não teve vida fácil foi a dupla brasileira que veio do qualifying. Elize Maia e Fernanda Berti, que jogam seu primeiro Grand Slam, perderam para a boa dupla holandesa formada por Meppelink e Van Gestel (2 a 0, parciais de 21/14 e 21/10) e, na parte da tarde, foram derrotadas por Liliana/Baquerizo (ESP), dupla que está em quarto lugar no ranking: novo 2 a 0 (21/19 e 21/18). Para avançarem para a repescagem, precisam vencer as argentinas Ana Gallay e Georgina Klug nesta quinta.
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