quinta-feira, 17 de outubro de 2013

MUNDIAL MASCULINO DE CLUBES: Boleiro talentoso dentro e fora de quadra

 Antes mesmo de começar o jogo, ele já está atento. Os times estão aquecendo e ele está a postos. Uma bola vem desgovernada e ele a apara e devolve para quem a lançou. Seus olhos quase não piscam, têm que estar atentos a tudo que acontece dentro de quadra. Ser boleiro não é um trabalho fácil, mas é recompensador para alguns deles, que em geral são meninos e meninas que estão iniciando a vida no vôlei, e usam os momentos em posição “privilegiada” para observar de perto os ídolos e aprender as nuances do esporte. Uma experiência importante, valorizada até mesmo por quem já dá os primeiros passos na carreira - caso de um medalhista de prata num Mundial de base este ano.
No Mundial Masculino de Clubes, disputado no ginásio Divino Braga, em Betim (MG) a maioria dos boleiros que ficam ao redor da quadra são meninos da base do Sada Cruzeiro, clube anfitrião do torneio e um dos principais formadores de jovens talentos no Brasil. Entre eles, um rapaz de 18 anos e 1,96m se destaca.
Leonardo Ferreira do Nascimento, mineiro de Belo Horizonte, se senta em um banquinho e passa a bola para os atletas que vão sacar, mas ele, apesar da pouca idade, já tem uma experiência dentro do esporte que poucos conseguem. Este ano ele disputou dois Mundiais pelas seleções de base do Brasil, o Infanto-Junvenil, no México, e o Juvenil, na Turquia. Leozinho, como é conhecido no clube, é ponteiro, está entre as jovens promessas do voleibol nacional e aproveita a oportunidade no Mundial de Clubes para aprender.
“Sempre gostei de ser boleiro. É bom estar dentro da quadra vendo tudo de perto. Eu observo cada lance e aprendo muito”, disse o jovem, que se diz fã de Dante, Douglas Cordeiro e do cubano Camejo, todos eles presentes na competição de clubes realizada pela primeira vez em Minas Gerais.
Léozinho começou no esporte em 2010, na escolinha do Cruzeiro perto de sua casa,
em Belo Horizonte. Em 2012, já foi convocado pela primeira vez para a seleção infanto-juvenil. Este ano, a surpresa veio com a dupla convocação. Depois do quinto lugar no México com o grupo infanto, ele foi chamado para a disputa do Mundial Juvenil, na Turquia, onde foi medalha de prata.
“Subir ao pódio em um Mundial é uma sensação incrível. Foi um aprendizado enorme. Eu fui pego de surpresa com a convocação, mas valeu muito esta experiência”, comentou o jogador que sonha ser profissional e se espelha em Douglas Cordeiro, central do time adulto do Sada Cruzeiro.
“O Douglas Cordeiro é um cara que admiro muito, gosto de ver jogar. Ele é humilde e dá conselhos. Eu já treinei algumas vezes com o time profissional, e o meu sonho é chegar lá um dia”, completa Leozinho, que tem entre seus amigos dois campeões mundiais na categoria sub-23: o líbero Kachel e o oposto Alan.
“Eu torci muito. Falava com eles pelo Facebook. Mas só consegui acompanhar mesmo um jogo”, disse o adolescente. Ele ainda tem como companheiros de base no clube outros garotos que estiveram ao seu lado na Turquia, caso do central Éder Levi e o ponteiro Jônatas.
Leozinho é apenas um exemplo entre tantos outros jovens que estão aproveitando o Mundial de Clubes para ver de perto grandes jogadores do voleibol mundial e aprender um pouco mais a cada partida, mantendo o ciclo de novos talentos do esporte no Brasil.
O Mundial acontece pela segunda vez no Brasil, a primeira em Minas Gerais. Em 1991, São Paulo foi o palco do campeonato. Nas últimas quatro edições, Doha, no Qatar, foi a sede do evento.

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