LIGA NACIONAL: Equipe de Rondônia aposta na dedicação contra a falta de tradição
Um dos estados mais novos do Brasil, criado em 1982, Rondônia não é conhecido por sua tradição no esporte. Mas um grupo de meninas entre 17 e 22 anos têm mostrado que esta realidade pode mudar. É a equipe de vôlei feminino sub23 do Ferroviário, clube da capital, Porto Velho, que este ano, participa pela nona vez da Liga Nacional.
Para chegar à capital alagoana, palco da disputa da Fase Final, as comandadas do técnico Agenor de Souza enfrentaram uma maratona de mais de 10h. Primeiro embarcaram às 2h de domingo rumo a Brasília. Da Capital Federal mais uma vôo até Guarulhos para a conexão com destino a Maceió, sede do campeonato. Ao todo, foram 5800 km de avião, o suficiente para cruzar do Oiapoque ao Chuí.
Mas não é só a distância que elas superam para praticar vôlei. Como a maioria das atletas são bolsistas em razão do esporte, o horário dos treinos fica para depois das aulas. O técnico Agenor se desdobra em dois períodos para conseguir comandar a equipe.
“Treinamos pelo menos duas vezes na semana no clube. As meninas que só estudam vão das 19h às 21h. As que estão na faculdade e têm estágio, treinam com o masculino das 23h até 1h”, disse o técnico.
Uma das mais apaixonadas pelo voleibol é a jovem central Tamiele Aragão, de 18 anos, que apesar da pouca idade já é veterana na competição. Esta é sua quarta Liga Nacional. Ela divide o seu dia em três. Pela manhã, treino na areia, pois também participa de competições do vôlei de praia. Na parte da tarde a menina cursa o terceiro ano do ensino médio. À noite ela se junta às companheiras no treino do Ferroviário.Mas a atleta diz que o esporte está no sangue.
“Jogo desde os 14, mas meu pai e minha tia jogaram também. A minha família me influenciou muito”, conta a atleta, que antes de vir para Maceió, disputou a etapa de Brasília do Circuito Banco do Brasil Sub-21.
Outra pupila de Agenor é a ponteira Taiane Barbosa, de 22 anos. Ela, que está no oitavo período de Direito, também teve influência de casa. Aliás, sua irmã Milla Barbosa é a levantadora do time do APROV/Chapecó (SC), que também briga pelo título do torneio. A atleta faz estágio durante a tarde e estuda até às 22h30, depois
corre para o treino, que costuma ir madrugada a dentro.
“São só duas vezes na semana, e normalmente tenho a manhã livre para acordar mais tarde. Treino com os meninos, é mais pesado, mas tem suas vantagens”, afirma a ponteira, que também já disputou a Liga Nacional outras vezes.
Além da competição que reúne representantes de todas as regiões do Brasil, elas também disputaram este ano a Copa AVV, em Vilhena (RO), que reuniu times do Mato Grosso, Acre e Rondônia. E ainda participaram dos Jogos Universitários, chegaram a ser vice-campeãs em 2012. Para Agenor, quanto mais intercâmbio melhor.
“Nos falta um pouco de ritmo de jogo. Viajamos muito para competir. Aqui estou conseguindo treinar mais e jogar mais”, conclui.
O Ferroviário disputa a Fase Final da Liga Nacional de 26 a 30 de agosto, em Maceió. O campeonato reúne os vencedores de cada um dos grupos regionais e uma equipe da federação anfitriã.
*De Maceió, Alagoas, Rogério Lauback
Nenhum comentário:
Postar um comentário