A cirurgia na tíbia esquerda foi bem sucedida e, nesta TERÇA-FEIRA (14.02), menos de 24 horas depois, o ponteiro da seleção brasileira masculina de vôlei e da Cimed/SKY (SC), Giba, se diz pronto para iniciar o projeto olímpico. A meta é estar nos Jogos Olímpicos de Londres, de 27 de julho a dois de agosto. E, para isso, passar pelo processo cirúrgico na SEGUNDA-FEIRA (13.02), com o médico da seleção brasileira, Ney Pecegueiro, foi a melhor opção.
“A partir de hoje, estou em um projeto olímpico. Vou me cuidar completamente e fazer o que for necessário para estar bem lá. Estou com a cabeça super tranquila e a cirurgia era o melhor a ser feito. No Campeonato Sul-Americano eu já não pude jogar por causa das dores. Logo depois começamos um tratamento conservador, que não deu resultado devido à repetição. Na Copa do Mundo, com a lesão do Dante, acabei jogando mais do que o esperado e o osso não aguentou e fraturou”, detalhou Giba.
No retorno do Japão, onde a seleção brasileira disputou a Copa do Mundo e garantiu a classificação para Londres, o jogador voltou a buscar tratamento para curar a periostite, uma inflamação na canela, e tomou a decisão de realizar a cirurgia.
“Na volta, tentamos o tratamento convencional para ver se eu conseguia jogar a Superliga. O osso estava consolidando, mas não o necessário para jogar a competição. E ainda podia ser arriscado para os Jogos Olímpicos. Então, sentamos para conversar e optei por operar com o Ney, que é meu médico de confiança”, explicou Giba.
Estreante na mesa de cirurgia
Aos 35 anos e dono de um currículo invejável, conquistado ao longo de 20 anos de carreira, Giba atravessa, agora, um momento inédito: uma cirurgia.
“A maior lesão que eu tive foi no tornozelo, no Mundial de 98, quando pisei em cima da bola e acabei voltando para jogar. Tinha rompido os três ligamentos. Fiquei quase dois meses e meio parado. Tinha 22 anos e não foi preciso fazer a cirurgia porque eu me recuperaria rápido”, lembrou.
Outras duas lesões aconteceram, mas nenhuma com necessidade cirúrgica. “Antes da Olimpíada de Pequim/08, tive o mesmo entorse, e recuperei em um mês e meio. Uma vez, cogitamos uma cirurgia no ombro, mas também não foi preciso. E a primeira está sendo essa, aos 35 anos. Ainda bem”, brincou Giba.
Tempo e etapas de recuperação
Após a cirurgia, o prazo de recuperação do ponteiro da seleção brasileira é de dois meses para treinar e três para voltar a jogar. Os cinco meses que ainda faltam até a edição de Londres dos Jogos Olímpicos, são, segundo o próprio Giba, suficientes.
“Dá tempo de sobra. Se não fosse um ano olímpico, talvez continuássemos no tratamento convencional, mas, sendo, optamos pela cirurgia. E não vou fazer nenhum esforço exagerado que coloque Londres em risco”, garantiu Giba.
O processo de recuperação é dividido em etapas, como explica Ney Pecegueiro.
“A primeira delas é se recuperar da cirurgia, já que ela é um ato agressivo para o organismo. Depois, o Giba vai ficar um período de duas a três semanas sem pisar no chão. A partir daí, começa com uma carga parcial, que é apoiar o pé de leve, e aí faremos os controles de radiografia. Ele começa com trabalho de preparação física e à medida em que a fratura começar a apresentar sinais de consolidação, começamos a intensificar a parte de treinamento. Essa é a vantagem da cirurgia. Podemos acelerar um pouco a preparação atlética dele para que, quando a fratura esteja colada, ele esteja pronto para treinar. Assim, ganhamos um tempo precioso”, detalhou o médico.
Ponte aérea Rio/Florianópolis
Os primeiros dias seguintes a cirurgia serão no Rio de Janeiro, onde mora Ney Pecegueiro. Na próxima semana, ainda sem data definida, Giba deverá retornar a Florianópolis (SC), sede da equipe que defende, Cimed/SKY. Segundo o médico, há uma estrutura necessária para que o trabalho seja realizado entre as duas cidades.
“O Giba vai fazer esse primeiro pós-operatório aqui no Rio. Depois vai para Florianópolis, onde a equipe médica do time dele vai continuar o trabalho. Hoje, temos muitos recursos de informática, que possibilitam o trabalho ser realizado em conjunto com a Confederação Brasileira de Voleibol, que sempre deu toda a infra-estrutura que precisamos, e a Cimed/SKY”, explicou o médico.
Giba também ressaltou a boa estrutura oferecida. “Costumo falar que o voleibol é diferenciado. Ele sempre foi trabalhado como uma empresa. Vim ao Rio uma semana antes da cirurgia para conversar com o Ary (Ary Graça, presidente da CBV), que afirmou que estava ao meu lado para o que precisasse. Trabalho com ele há mais de 10 anos, conheço o suporte que ele dá ao voleibol inteiro e agradeço por isso”.
Possibilidade de jogar a Superliga
De acordo com o prazo estabelecido pelo médico, Ney Pecegueiro, Giba estaria, teoricamente, fora da Superliga, que terá a final disputada no dia 24 de abril, mas ele não descarta a possibilidade.
“Quem sabe. Daqui a dois meses, vai ser 13 de abril. Se a Cimed/SKY estiver nas finais, quem sabe dê tempo”, brincou Giba.
Ney Pecegueiro se preocupa com a recuperação, mas, quando se trata do ponteiro da seleção brasileira e da Cimed/SKY, ele faz uma ressalva.
“Com ele, tudo é possível. O Giba é de outro mundo”, brincou Ney. “O objetivo é que ele esteja pronto para as Olimpíadas, mas, todos nós estamos trabalhando para que ele se recupere o mais rápido possível. Se der tempo de jogar a Superliga, melhor ainda, mas o foco está nos Jogos Olímpicos”, afirmou Ney Pecegueiro.
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